A rápida adoção da Inteligência Artificial na agricultura*

Por: MELISSA GOUVEIA

 

Segundo a pesquisa realizada pela companhia de pesquisa americana MarketsandMarkets, atualmente, o mercado da inteligência artificial (IA) está avaliado em cerca de 600 milhões de dólares, mas os números estão previstos para chegar a USD 2,6 bilhões até 2025.

A participação da inteligência artificial nas técnicas de cultivo foi rapidamente aceita devido a diversos fatores. Destaco aqui alguns tópicos importantes para compreender como a IA passou a fazer parte da vida no campo tão rapidamente. Veja como a seguir.

1. Computando a Tecnologia Disruptiva

 

O relatório afirma que a computação cognitiva está preparada para se tornar a tecnologia mais disruptiva em serviços agrícolas, pois pode entender, aprender e responder a diferentes situações (baseadas em aprendizado) para aumentar a eficiência.

De acordo com Apurva Agarwal, diretor associado da MarketsandMarkets, a combinação da “Internet das coisas” junto à Inteligência Artificial, permite que os produtores analisem dados como o clima, temperatura, umidade do solo, saúde das plantas e os preços das culturas em tempo real.

Portanto, é importante ressaltar que a IA passou a fazer parte do dia-a-dia devido a uma série de fatores, entre eles:

– O grande aumento da demanda da agricultura, devido ao aumento de consumo da população

– Aumento dos sistemas de monitoramento e novas tecnologias no campo

– Novas técnicas de aprendizagem e, consequentemente, aumento da produtividade

– Aumento do apoio do Governo às iniciativas de novas tecnologias nas técnicas modernas de agricultura

 

2. Transformando a previsão do tempo com a IA

 

O monitoramento da previsão do tempo é muito importante para a agricultura, e, nesse quesito, a Inteligência Artificial cumpre um papel importante, pois facilita a coleta de informações atualizadas sobre as condições climáticas, como: temperatura, chuva, direção e velocidade dos ventos e a radiação solar, por exemplo.

De acordo com a pesquisa, 90% das perdas das safras acontece devido aos eventos climáticos, sendo que 25% poderiam ser evitadas com a medição climática, que é feita com a IA.

Diversos e diferentes tipos de dispositivos que transmitem informações em tempo real têm se integrado a esse tipo de tecnologia, como sensores e GPS, que analisam as condições da produção, permitindo aos agricultores a tomada de decisões mais rápidas, seja para o clima ou para o solo, detectando, por exemplo, as plantas daninhas, as análises de pré-colheita, etc.

Ainda sobre as previsões meteorológica no campo, está previsto um crescimento de 25% no mercado dessas tecnologias.

 

3. A América do Norte está dominando o mercado mundial da IA

 

O analista sênior de pesquisa da MarketsandMarkets, Rahul Kumar, espera que a América do Norte represente uma parte importante da IA no meio agrícola até 2025, enquanto o mercado da Pacífico Asiático deve aumentar seus investimentos em IA às mais elevadas taxas durante o mesmo período.

A presença dos diversos fornecedores agrícolas na região da América do Norte, como a IBM, a Microsoft, a John Deere, a Granular, a Blue River Technology e a The Climate Corporation, têm impulsionado o crescimento da inteligência artificial norte-americana no mercado da agricultura asiática. Até porque, a crescente adoção de tecnologias de deep learning – que é uma parte importante da inteligência artificial – e de visão computacional que estão acontecendo no agronegócio da região do Pacífico Asiático, é o principal fator que impulsiona o crescimento da Inteligência Artificial do setor.

Concluo dizendo mais uma vez que, a IA é fundamental! É o futuro do agro e mais do que simplesmente uma tecnologia passageira no campo. É tendência! A Inteligência Artificial está criando uma nova maneira de trabalhar com a terra e ainda deverá ter um forte impacto nos próximos anos, ajudando as empresas agrícolas a evoluir em termos de produtividade, redução de custos e assertividade nas decisões.

*Esse post é uma tradução livre do texto “Rapid adoption of artificial intelligence in agriculture”, do editor da Future Farming, Hugo Claver. Para ler o artigo original, clique aqui.