Por: DIB NUNES

TEMPO DE LEITURA: 5 MINUTOS

O plantio mecanizado de cana é uma realidade no campo, pois hoje, cerca de 75% da cana é plantada com máquinas no Brasil. Porém, para que a operação de mecanização tenha sucesso, é imprescindível que a atividade seja planejada com critérios técnicos adequados a cada situação.

A seguir, listo e comento sobre 3 fatores indispensáveis para assegurar que o plantio mecanizado de cana tenha os melhores resultados possíveis.

Estratégias para maior controle de plantas daninhas

1. O plantio mecanizado de cana requer mão de obra qualificada

Para que as operações em campo possam ser executadas corretamente, os operadores devem estar bem informados sobre o funcionamento das maquinas e suas regulagens, o que eles devem realizar e em que nível de qualidade.

Assim, é muito importante que os produtores invistam na capacitação técnica e operacional de sua mão de obra envolvida com o plantio mecanizado, seja de mecânicos, operadores de máquinas e o pessoal dos serviços de campo para a execução das tarefas de apoio. De nada adianta dispor de excelente maquinário se não fizer bom uso dele.

Dessa maneira, você estará assegurando bons níveis de performance no momento do plantio e maximizando as chances de sucesso.

 

2. Planejamento antecipado

Hoje, o Brasil passa por transformações no modo de gerenciar as propriedades e empresas rurais. O planejamento do plantio deve ser criteriosamente executado, desde o projeto de sistematização da área, marcação antecipada das linhas de sulcação para serem riscadas no terreno com uso do piloto automático, passando pela retirada cuidadosa de mudas e do plantio no momento adequado.

Todas estas etapas têm técnicas próprias e tudo passa pelo planejamento. As áreas que serão plantadas podem ser definidas com até dois anos de antecedência sendo que no momento da reforma tudo tem que estar em seu lugar. A data de liberação da área para iniciar o preparo do solo é fundamental. Não se deve deixar para preparar o solo na véspera do plantio, pois os riscos de apresentar “pé de grade”, torrões e compactação de solo é muito grande e pode prejudicar a brotação das mudas de cana. O melhor período para plantio de cana deve ser respeitado, caso contrario as chances de falhas aumentam consideravelmente.

Quando há tempo hábil, deve-se realizar um verdadeiro projeto de engenharia na área plotando curvas, estradas, carreadores, pátios de transbordo e terraços de contenção das águas das fluviais e principalmente o fluxo de maquinas e caminhões. Para tanto utiliza-se de recursos do AUTOCAD e de imagens feitas por satélite ou Vants.

 

O planejamento precisa ainda prever:

  • Dimensionamento da quantidade de equipamentos necessários para dar conta do plantio em seu melhor momento;
  • Calculo da quantidade insumos necessários para todo o plantio desde o momento do preparo passando pelo plantio e finalmente dos tratos culturais complementares após plantio;
  • Provisionar equipamentos para atividades de apoio e
  • Mão de obra especializada para cumprir as tarefas, tais como: mecânicos, operadores de máquinas, motoristas, etc.
  • Planeje as contratações com antecedência;
  • Obedecer a melhor época de plantio e não forçar a sulcação em solos muito secos e principalmente nos muito encharcados.

 

A partir deste planejamento, é possível elaborar o orçamento anual destinado ao plantio de cana-de-açúcar.

Em cada caso, haverá especificidades que devem ser levadas em conta no planejamento. Por exemplo, podem haver áreas no interior da propriedade que têm relevos acentuados, enquanto outras serão planas. Com isso, deve-se realizar o planejamento para cada área separadamente, para que não haja perdas e prejuízos por causa de surpresas no momento da execução do plantio mecanizado de cana.

 

3. Plantio propriamente dito

A primeira etapa desta fase é sem dúvida muito importante, pois refere-se a retirada das mudas com as colhedoras que devem ser preparadas e revestidas nas partes vivas, para evitar danos às mudas. A troca frequente de elementos cortantes também é fundamental, não devendo insistir no corte de mudas quando as mesmas começarem a apresentar lascas e rachaduras. Os facões síncronos e cortadores de base devem ser constantemente inspecionados e trocados quando as mudas começarem a apresentar os primeiros problemas. As colhedoras não devem exceder a velocidade de 3 a 3,5 km/hora para evitar estragos ainda maiores. O desponte da muda deve ser muito alto para evitar a perda de gemas sadias com ótimo poder germinativo.

Em seguida as mudas serão transbordadas dos caminhões para as plantadoras na operação de abastecimento. Esta operação deve ser bem sincronizada de acordo com o “tiro” do talhão. O abastecimento deve ser uma operação rápida e de complementação da carga antes dela zerar. Assim, deve-se esperaras plantadoras saírem e os caminhões de mudas irem a seu encontro nos carreadores.

As plantadoras atualmente são automatizadas para calibrar e uniformizar a dosagem de mudas nos sulcos, que as plantadoras abrem colocando o adubo, os defensivos contra pragas e até o calcário complementar. A cobrição é automática, sendo esta operação muito delicada, pois o excesso de terra impede a germinação. Atualmente as plantadoras estão sendo equipadas com kits de sulcação trapezoidal, rotativas para destorroamento, subsolador e cobridor que mantem uniforme a quantidade de terra desejável.

Assim, o plantio mecanizado de cana requer tanto um bom planejamento técnico e de gestão quanto de uma boa equipe capaz de compreender e comprometer-se com a obtenção dos resultados.

 

Quer saber mais sobre as atualidades em plantio mecanizado de cana? Então conheça o Seminário de Mecanização e Produção de cana. Participe e traga melhores resultados para sua lavoura.