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As plantas daninhas são consideradas plantas que crescem onde não são desejadas, sobrevivem às condições desfavoráveis (estresse hídrico, solos inférteis, entre outras condições) e interferem na produtividade da cultura principal.
A cana-de-açúcar é uma cultura muito suscetível a planta daninha, principalmente, no começo do seu desenvolvimento. Das plantas que interferem a cultura da cana-de-açúcar, o Capim-camalote (Rottboelia exaltata), é considerado uma das 12 piores espécies infestadoras por competir com a cana por espaço, nutrientes, luz e água, pois as preferências pelas condições climáticas (temperatura e umidade) são as mesmas. O capim-camalote, também é conhecido por rabo-de-lagarto e capim-alto, conforme o próprio nome diz, este capim é considerado alto, com altura a partir de 1 metro podendo chegar até 2,5 metros.
A identificação dessa planta daninha no canavial é visual, a partir da fase de florescimento, quando há sementes no solo, em razão da comparação das sementes com gravetos de madeira.
Como qualquer outra planta daninha, o capim-camalote afeta a produtividade da cana-de-açúcar e dependendo do grau de infestação está gramínea pode comprometer até 80% da lavoura, tanto na cana-planta como na cana-soca, reduz a longevidade do canavial e dificultam as operações agrícolas como os tratos culturais e a colheita mecanizada. Inclusive, os danos, causados por sua interferência, também estão relacionados com as alterações fisiológicas da planta prejudicando no processo industrial que origina o açúcar e o etanol. Além do mais, esse capim é hospedeiro de pragas e doenças que atacam a cana-de-açúcar.
A presença deste capim é um problema no canavial por causa do seu crescimento acelerado, as sementes são extremamente vigorosas, reprodutivas e com alto índice de germinação. Uma planta pode produzir cerca de 15.000 sementes e estas conseguem permanecer no solo, em dormência, por até 4 anos.
Os trabalhadores se recusam a entrar em canaviais infestados com o capim-camalote, pois em contato com a pele, os tricomas (semelhantes a pelos, que garantem proteção ao vegetal), penetram como agulhas de vidro e causam reações alérgicas.
Este capim preocupa os produtores rurais brasileiros, pois não infesta só lavouras de cana-de-açúcar, há relatos do capim-camalote em áreas de produção de soja, milho, arroz e algodão. Da mesma maneira, a preocupação está em áreas que não foram afetadas pela planta daninha, já que essas plantas podem se adaptar as novas condições ambientais presente no país apresentando pequenas alterações em sua morfologia.
Por causa da rápida disseminação e agressividade desta espécie o seu manejo é considerado oneroso e de difícil controle. A germinação pode acontecer o ano todo, deixando a operação de tratos culturais mais cara nas áreas infestadas, pois, dependendo do seu grau de infestação, são necessárias várias aplicações de produtos fitossanitários. O controle é mais acentuado no verão, pois as condições climáticas desta época são favoráveis para o desenvolvimento da planta daninha.
Para um manejo mais eficiente, o conhecimento do desenvolvimento da planta daninha deve ser levado em conta, para que as medidas de controle sejam aplicadas antes do seu crescimento, evitando o florescimento e com isso a dispersão das sementes na área, ou até a fase “jovem” da planta, a fim de que não haja competição com a cana-de-açúcar dificultando ainda mais o controle do capim.
A introdução dessas plantas daninhas pode ser evitada através de algumas medidas de manejo. Dentre as medidas temos, as medidas preventivas com a utilização de mudas certificadas e sem histórico de mudas provenientes de áreas com presença de plantas daninhas, limpeza dos equipamentos agrícolas, manutenção de canais de vinhaças, uso de torta de filtro livres de incidência de plantas daninhas. As medidas culturais com o uso de variedades adaptadas às condições locais e época de plantio, rotação e sucessão de culturas, manejo de palha. O controle mecânico com o uso de grades, arados e cultivadores, sempre limpos para evitar a disseminação de sementes por equipamentos agrícolas. O controle químico com a utilização de produtos fitossanitários, herbicidas, que são seletivos à cana-de-açúcar e aplicados na pré-emergência ou na pós-emergência da planta; para garantir bons resultados é necessário o conhecimento sobre a dinâmica dos herbicidas e seus diferentes mecanismo de ação nas plantas, dosagem, momento e números de aplicações corretos. E o controle biológico com o uso de alguns agentes biológicos, fungos, com potenciais para a eliminação do capim.
Por ser uma cultura semiperene, permanecendo no campo em média 4 anos, a eliminação total do capim-camalote, torna-se mais complicado, pois haverá sementes no solo. Desta forma, a reforma do canavial torna-se um controle mais efetivo. O manejo adequado deve ser feito por todos os agricultores, para que uma área infestada não comprometa uma área limpa, e assim em conjunto possam eliminar essa planta daninha dos canaviais.
A consulta a um engenheiro agrônomo é de extrema importância, já que o uso de um produto inadequado pode prejudicar ao invés de ajudar, aumentando a infestação como também o surgimento de outras plantas daninhas.
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